sábado, 30 de maio de 2015

Filhas - Paulo José Miranda



 NOME DO LEITOR:        Marian Izquierdo


TITULO DO LIVRO:        “Filhas”


AUTOR:                             Paulo José Miranda.  Naceu na aldeia de Paio-Pires em 1965. Romancista, poeta e dramaturgo. Depois de ter morado na turquia, voltou para Portugal e finalmente para o Brasil, onde mora na atualidade. Licenciado      pela em filosofía pela Universidade de Lisboa. Foi o primeiro premio José Saramago com o seu segundo romance “Natureza morta” (1998)

        

TIPO DE TEXTO.                Romance


Nº DE PAGINAS:              188
SIPNOSES: Memórias e segredos num ziguezague que intercala o romance  histórico e o presente, como o tempo de um jogo de futebol. 1746. O rei D. João V anuncia aos habitantes das ilhas dos Açores que a Coroa concede benefícios a quem decidir emigrar para o litoral sul do Brasil.Ao embarcar nesta aventura, João Cabral cruza-se com Maria de Fátima, uma mulher fascinante e invulgarmente emancipada para época. Desta união nasce uma descendência que marcará a saga da família Oliveira Cabral e a origem da colonização do Sul do Brasil, Florianópolis, antiga Ilha do Desterro.

Paulo José Miranda conduz-nos pela intimidade desta família através de uma empolgante viagem pelos laços que unem pai e filhas, Portugal e o Brasil ( copiado da orelha do livro)


OPINIÃO:  Seja qual for a época histórica, as relações humanas são iguais. Neste romance as relações entre pais e filhas são igualmente complicadas.

O romance vai mais além de ser un romance histórico, é um livro que fala-nos não só das relações entre pais e filhas,(seja qual for a época histórica podem ser igualmente complicadas e mesmo inexsistentes)mas  de inúmeros temas que o escritor, através de Artur e os colegas dele, trata durante uma partida de futebol fazendo uma crítical social: Sexo, Sexismo na familia e na publicidade, racismo, educação (“ Muito se fala na falta de educação escolar do povo(…)mas ninguém fala da falta de educação familiar”), crítica das novas religiões que estão baseadas na palabra (“ Somos escravos das palabras falada (…) mas Vamos ler!”)…..e muito mais.
 
A pesar dos inúmeros temas que toca, acho que é un livro de fácil leitura, cuja estructura das histórias paralelas faz com que possan ser lidas duma maneira independente. 
                

ACESSO AO LIVRO:         Comprado


APRECIAÇÃO DO LIVRO: 4/5


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Um homem: Klaus Klump - Gonçalo M.Tavares



Nome do leitor:      Marian Izquierdo
Titulo do livro:      “Um homem: Klaus Klump”
Autor:                    Gonçalo M. Tavares.
Tipo de texto:      romance
Número de páginas:   136
Sipnosis:    Klaus Klump é editor de livros, mora numa cidade qualquer, mesmo que pareça uma cidade centro europeia, com a sua namorada e a mãe dela. Tem uma vida tranquila, sossegada até à chegada dos tanques invasores. Então tudo muda.
Opinião pessoal:  O livro faz parte da colecção “O Reino” . O ponto comum  nos livros desta colecção é a reacção dos homens perante situações difíceis como por exemplo uma guerra.
Os homens então mudam e vem à tona o aspecto mais cruel, violento, animal, pois o mais importante é sobreviver.
Mesmo que o vocabulário seja simples e as frases curtas, o romance não é fácil de ler, devido ao estilo e às inúmeras  reflexões que o autor insere ao longo do livro. Ponderações que fazem com que nós tenhamos de pensar bastante.
Contudo gostei muito do romance e aconselho a sua leitura
Duração da leitura:    10 dias
Acesso ao libro:  biblioteca pública “Casa de las Conchas”
Apreciação global  do libro:  5/5


Matteo Perdeu o Emprego - Gonçalo M.Tavares



 

 Nome do leitor: Paula Isidoro

"Matteo Perdeu o Emprego" compõe-se de duas partes. A primeira é um conjunto de 25 contos muito curtos, em que personagens com nomes judaicos - retirados de um trabalho do fotógrafo Daniel Blaufuks - vivem situações caricatas ou absurdas.
Temos Cohen, académico cheio de tiques que sofre de copropraxia (repetição de gestos obscenos) e de um compreensível ostracismo social; temos Goldstein, um cego fascinado pelas substâncias raras (como o escândio) e pela tabela periódica, ao ponto de pedir ao seu amante para a tatuar, em Braille, nas suas costas; temos Helsel, cujo "hobby estúpido" consiste na recolha e armazenamento de baratas vivas num armazém rigorosamente monitorizado; ou Kashine, um rapaz de 16 anos que escreve "não" em tudo o que pode, lançando o caos à sua volta - porque basta acrescentar o não onde estava o sim "para dar início ao inferno, ao desassossego".
Há também rotundas reais e imaginárias, um labirinto perigoso e uma "barca da razão" que é só um navio dos loucos adiado.
Cada história encadeia-se na seguinte por via de um pormenor comum, um qualquer ponto de contacto, criando uma espécie de estafeta narrativa em que cada personagem passa o testemunho à personagem seguinte (cujo nome é assinalado a negrito, para vincar a transmissão). Aparentemente, o livro obedece a uma lógica circular e a uma ordem alfabética.
A personagem Matteo
Quando chegamos a Matteo, a "personagem central" (única com direito a uma história mais desenvolvida, em 12 capítulos) e suposto fim da linha, ele acaba por encontrar um tal Nedermeyer que assistiu, uma hora antes, ao atropelamento da primeira personagem, Aaronson.
Este aparente círculo pode, contudo, não passar de uma elipse. É pelo menos o que sugere o autor na segunda parte do livro, um brilhante posfácio que funciona como exegese do que acabámos de ler.





Aprender a rezar na era da técnica - Gonçalo M.Tavares




 Nome do leitor: Jesús del Rey
  1. Título do libro: Aprender a rezar na era da técnica - Posição no mundo de Lenz Buchmann. Forma parte da Tetralogia titulada O Reino (Livros Pretos)
  2. Autor: Gonçalo M. Tavares
  3. Tipo de texto: Romance
  4. Número de páginas: 375
  5. Tema principal: O poder e a superioridade de determinadas pessoas sobre o resto do mundo
  6. Breve resumo: Lenz Buchmann, importante e reconhecido médico, decide aumentar o alcance dos seus conhecimentos não só com doentes mas com a cidade em conjunto. Começa uma carreira política continuando o esquema de pensamento do seu pai, sempre presente durante toda a sua vida.
  7. Opinião pessoal (3 argumentos para aconselhar ou desaconselhar o livro a alguém): Aconselho pela leitura fácil, amena, divide-se em mais de cem capítulos o que permite uma leitura gradual em função do tempo disponível. É muito interessante a recriação de um país indeterminado (não se identifica) e num tempo também indefinido. Só desaconselho a leitura a quem for muito sensível, porque tem algumas passagens repugnantes que realmente não deixam uma boa impressão
  8. Duração da leitura: Demorei quase dois meses, só consegui ler apenas 4 ou 5 páginas por dia. Aconselho ler num prazo de tempo mais curto.
  9. Acesso ao livro: Está disponível na Biblioteca “Las Conchas” de Salamanca
  10. Apreciação global da leitura (de 0/5): 4
  11. Informação complementar (algum vídeo associado ao livro, alguma página com informação sobre o autor, etc.)
 
  1. Com qual O livro correspondeu às suas expectativas?Sim, foi realmente uma surpresa, era a minha expectativa, deixar-me surpreender.
  2. Qual foi a parte/passagem ou capítulo que mais a/o marcou?A passagem que descreve a superioridade do médico respecto ao resto das pessoas, não atentendo a solicitude de uma doente nos últimos momentos da sua vida.
3.      Se personagem mais se identificou?São todos uns personagens muito marcantes mas não me identifico com nehum deles.
4.      O autor conseguiu recriar um ambiente que facilmente visualizou? Explique o porquê.Sim, o autor recriou um ambiente de superioridade na personagem do Dr. Lenz. Numa primeira parte quando desenvolve o seu trabalho de cirurgião, tem na sua mano, no sentido mais literal, a vida das pessoas (doentes). Na segunda etapa da história chega a ser um político importante e como tal terá um poder sobre ol conjunt da cidade e os cidadãos em todos os aspectos da vida.
5.      O autor conseguiu inspirá-lo? Se sim, porquê?Gostei muito da estrutura do livro, pequenos capítulos de apenas duas páginas com um título independente. São mais de 100 e facilita muito a leitura. Parece um livro de texto, um livro técnico.
6.      O estilo do autor fê-lo pensar noutro autor? Em que medidas viu semelhanças em relação a outros autores que já conhece?Pensei em António Lobo Antunes, se calhar porque também é médico, igual que a personagem principal.
7.      Considera que o livro tem alguma coisa de autobiográfico em relação ao autor? Porquê?Espero que não. Algumas passagens são realmente nojentas.
8.      O que aprendeu com este livro? Um cirurgião é quase como um deus, tem a vida das pessoas nas suas manos, é um privilégio merecido. Um político quer se sentir como um deus mas só procura o interesse particular.
9.      Recolheu alguma lição de vida? A vida é igual para todas as pessoas, sem importar a profisão e o status social. Como bem disse Woddy Allen, chega um momento na vida em que as únicas palavras que queres ouvir são: é benigno!
  1. O que alteraria no seu conteúdo? O protagonista tem uma influência enorme do pai na sua forma de viver e comportamento na vida. Procura sempre mostrar fortaleza e odeia qualquer tipo de debilidade humana. No entanto morre sem descendência. Considero que a melhor homenagem que podia fazar ao seu pai era precisamente a continuação do apelido Bunchmann.
  2. Tem outra sugestão para o título? Realmente o livro tem dois títulos: Aprender a rezar na era da técnica, o qual não compreendo, e outro mais indicado: Posição no mundo de Lenz Buchmann
  3. Recomendaria este livro e porquê? Sim, é de fácil leitura, estilo de escrita claro e direto, faz pensar e reflexionar sobre muitos aspectos da vida.


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Hinyambaan – João Paulo Borgues Coelho



 
Hinyambaan – João Paulo Borges Coelho
Leitor: Jesús del Rey

1. O livro correspondeu às suas expectativas?
O subtítulo é “novela burlesca” mas acho que não responde perfeitamente às expectativas desta obra. Segundo o dicionario burlesco é que incita ao riso por ser ridículo. Mas esta novela é mais irónica do que ridícula.

2. Qual foi a parte/passagem ou capítulo que mais a/o marcou?
É uma história circular. Os acontecimentos que se desenvolvem ao longo do texto terão muita relação com o fim da história, que é realmente surpreendente.

3. Se pudesse eliminaria alguma parte do livro? Se sim, diga qual.
O livro está perfeito. Se calhar, em vez de eliminar acrescentaria mais anedotas da viagem.

4. Quais foram os personagens mais interessantes e porquê?
Djika-Djika (traducção: aquele que viaja muito, que nunca fica parado). É um habitante local e é quem vai relacionar o mundo dos estrangeiros com o mundo local de Moçambique.

5. Com qual personagem mais se identificou?
Com o casal e os problemas que acontecem em todas as famílias. Os filhos que crescem e o relacionamento entre os membros da família que sempre muda.
6. O autor conseguiu recriar um ambiente que facilmente visualizou? Explique o porquê.
O autor recria o ambiente de Moçambique desde a visão dum estrangeiro que vai passar as férias. Descreve um país onde a natureza tem uma grande importância na vida das pessoas, não muito desenvolvido e com habitantes de baixo nível cultural e como não, com uma polícia não corrupta mas sim... imprevisível.

7. O autor conseguiu inspirá-lo? Se sim, porquê?
Estou inspirado para fazer um relato parecido. Uma família espanhola vai de férias a Portugal e aconteceram  inesperadas situações  que mudaram as suas vidas.

8. O estilo do autor fê-lo pensar noutro autor? Em que medidas viu semelhanças em relação a outros autores que já conhece?
Pensei em Mário Zambujal. Autor de uma imaginação enorme que escreve histórias divertidas e que também fazem refletir sobre a realidade portuguesa.

9. Considera que o livro tem alguma coisa de autobiográfico em relação ao autor? Porquê?
Pode ser. Afinal descreve uma viagem de férias com a família que todos nós alguma vez podemos fizemos, quer quando éramos crianças com os nossos pais, quer quando formamos uma família própria.

10. O que aprendeu com este livro?
Fiquei com uma frase: ... mistérios das longas viagens, que alteram de um modo inelutável a percepção que temos das coisas que nos cercam...
Ao viajar conseguimos olhar para a nossa vida e para as coisas que nos rodeiam desde outra perspectiva. Isso por vezes pode ser positivo, muito bom, ou não... mas sempre muito enriquecedor.

11. Recolheu alguma lição de vida?
Num determinado momento fala-se dos “tempos antigos”, dos tempos anteriores aos portugueses em Moçambique. E pensei que em todos os lugares existem acontecimentos antigos, antepassados que viveram nas terras e deixaram uma cultura própria. Normalmente esquecemo-nos disto e limitamos o passado a 50 ou 100 anos.
Também reparei que a vida é uma caixa de surpresas e qualquer coisa pode acontecer em qualquer momento que alterando assim o rumo da nossa vida. Especialmente quando viajamos.

12. O que alteraria no seu conteúdo?
Nada, o livro está muito equilibrado.

13. Tem outra sugestão para o título?
Hinyhambaan é uma terra sonhada. É um lugar de férias onde todos queremos ir e onde imaginamos as nossas melhores espectativas da vida. É perfeito. Se calhar todos temos um Hinyambaan no nosso interior.

14. Recomendaria este livro e porquê?
Sim recomendaria.É um livro interessante, ameno, fácil de ler, divertido e enriquecedor. O final é aberto, imprevisível e deixa à nossa imaginação a liberdade para criar o percurso dos acontecimentos futuros.
A família Odendaal vai de férias e com certerza a sua vida não será a mesma ao fim delas.