quinta-feira, 3 de abril de 2014

Hinyambaan – João Paulo Borgues Coelho



 
Hinyambaan – João Paulo Borges Coelho
Leitor: Jesús del Rey

1. O livro correspondeu às suas expectativas?
O subtítulo é “novela burlesca” mas acho que não responde perfeitamente às expectativas desta obra. Segundo o dicionario burlesco é que incita ao riso por ser ridículo. Mas esta novela é mais irónica do que ridícula.

2. Qual foi a parte/passagem ou capítulo que mais a/o marcou?
É uma história circular. Os acontecimentos que se desenvolvem ao longo do texto terão muita relação com o fim da história, que é realmente surpreendente.

3. Se pudesse eliminaria alguma parte do livro? Se sim, diga qual.
O livro está perfeito. Se calhar, em vez de eliminar acrescentaria mais anedotas da viagem.

4. Quais foram os personagens mais interessantes e porquê?
Djika-Djika (traducção: aquele que viaja muito, que nunca fica parado). É um habitante local e é quem vai relacionar o mundo dos estrangeiros com o mundo local de Moçambique.

5. Com qual personagem mais se identificou?
Com o casal e os problemas que acontecem em todas as famílias. Os filhos que crescem e o relacionamento entre os membros da família que sempre muda.
6. O autor conseguiu recriar um ambiente que facilmente visualizou? Explique o porquê.
O autor recria o ambiente de Moçambique desde a visão dum estrangeiro que vai passar as férias. Descreve um país onde a natureza tem uma grande importância na vida das pessoas, não muito desenvolvido e com habitantes de baixo nível cultural e como não, com uma polícia não corrupta mas sim... imprevisível.

7. O autor conseguiu inspirá-lo? Se sim, porquê?
Estou inspirado para fazer um relato parecido. Uma família espanhola vai de férias a Portugal e aconteceram  inesperadas situações  que mudaram as suas vidas.

8. O estilo do autor fê-lo pensar noutro autor? Em que medidas viu semelhanças em relação a outros autores que já conhece?
Pensei em Mário Zambujal. Autor de uma imaginação enorme que escreve histórias divertidas e que também fazem refletir sobre a realidade portuguesa.

9. Considera que o livro tem alguma coisa de autobiográfico em relação ao autor? Porquê?
Pode ser. Afinal descreve uma viagem de férias com a família que todos nós alguma vez podemos fizemos, quer quando éramos crianças com os nossos pais, quer quando formamos uma família própria.

10. O que aprendeu com este livro?
Fiquei com uma frase: ... mistérios das longas viagens, que alteram de um modo inelutável a percepção que temos das coisas que nos cercam...
Ao viajar conseguimos olhar para a nossa vida e para as coisas que nos rodeiam desde outra perspectiva. Isso por vezes pode ser positivo, muito bom, ou não... mas sempre muito enriquecedor.

11. Recolheu alguma lição de vida?
Num determinado momento fala-se dos “tempos antigos”, dos tempos anteriores aos portugueses em Moçambique. E pensei que em todos os lugares existem acontecimentos antigos, antepassados que viveram nas terras e deixaram uma cultura própria. Normalmente esquecemo-nos disto e limitamos o passado a 50 ou 100 anos.
Também reparei que a vida é uma caixa de surpresas e qualquer coisa pode acontecer em qualquer momento que alterando assim o rumo da nossa vida. Especialmente quando viajamos.

12. O que alteraria no seu conteúdo?
Nada, o livro está muito equilibrado.

13. Tem outra sugestão para o título?
Hinyhambaan é uma terra sonhada. É um lugar de férias onde todos queremos ir e onde imaginamos as nossas melhores espectativas da vida. É perfeito. Se calhar todos temos um Hinyambaan no nosso interior.

14. Recomendaria este livro e porquê?
Sim recomendaria.É um livro interessante, ameno, fácil de ler, divertido e enriquecedor. O final é aberto, imprevisível e deixa à nossa imaginação a liberdade para criar o percurso dos acontecimentos futuros.
A família Odendaal vai de férias e com certerza a sua vida não será a mesma ao fim delas.

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